terça-feira, 3 de novembro de 2009

A música no cérebro



Provavelmente o desenvolvimento mais importante na investigação científica sobre a música, foi a descoberta de que a música é percebida através da parte do cérebro que recebe os estímulos das emoções, sensações e sentimentos, sem antes ser submetida aos centros cerebrais envolvidos com a razão e a inteligência.


Schoen e Schullian explicam este fenômeno: Música, que não depende das funções superiores do cérebro para franquear entrada ao organismo, ainda pode excitar por meio do tálamo o posto de intercomunicação de todas as emoções, sensações e sentimentos.


Uma vez que um estímulo foi capaz de alcançar o tálamo, o cérebro superior é automaticamente invadido, e se o estímulo é mantido por algum tempo, um contato íntimo entre o cérebro superior e o mundo da realidade pode ser desta forma estabelecido.


Tempo e espaço não permitem uma abordagem completa da percepção musical.


É suficiente dizer que estudos nos últimos cinqüenta anos têm trazido algumas descobertas bastante significativas, que podem ser resumidas da seguinte forma:


1-A música é percebida e desfrutada sem necessariamente ser interpretada pelos centros superiores do cérebro que envolve a razão e o julgamento.


2-A resposta à música é mensurável, mesmo quando o ouvinte não está dando uma atenção consciente a ela.


3-Há evidências de que a música pode levar a mudanças de estados de espírito pela alteração da química corporal e do equilíbrio dos eletrólitos.


4-Rebaixando o nível de percepção sensorial, a música amplifica as respostas, toque e outras percepções sensoriais.


5-Tem sido demonstrado que os efeitos da música alteram a energia muscular e promovem ou inibem o movimento corporal.


6-Música rítmica altamente repetitiva (minimalista) tem um efeito hipnótico.


7-O sentido da audição tem um efeito maior sobre o sistema nervoso autônomo do que qualquer outro sentido.


É justamente por esses fatores que certos DJs conseguem conduzir melhor uma pista de dança, os timbres sonoros, quando bem misturados (mixados - set DJ), acabam criando uma nova sonoridade, algo que os músicos entendem bem melhor comparados aos DJs que nunca estudaram música.


De uma certa forma os próprios músicos ficam impressionados, não sabem como os DJs que nunca estudaram harmonia ou teoria musical conseguem fazer essas junções de uma forma tão perfeita.


Atualmente existem muitos DJs que estudam música e é por isso que muitas vertentes dentro da Música Eletrônica cresceram de forma mais organizada que outros segmentos.


Essa questão dos próprios DJs produzirem as músicas, eles sabem quais são os timbres que 'batem' melhor na pista e muitos músicos que não são DJs não gostam muito dessa forma de produzir, acham esse som repetitivo, sem arte e acabam não aceitando certas concepções.


Música boa não depende de estilo e sim da percepção certa para tocar no momento exato, tem muitos DJs com ótimo material desenvolvendo set da forma errada, olhar para a pista de maneira “clínica” é o tempero ideal para agradar o público.


Não se esqueça que nem sempre o público está querendo ouvir a mesma coisa toda semana, segmentação não quer dizer bitolação!


Cada um com o seu cada um...

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