quinta-feira, 5 de novembro de 2009

História da Música Eletrônica Pt. 01


Primeiros anos

Data de 1897 o mais antigo instrumento musical electroacústico, foi uma invenção de Thaddeus Cahill conhecida como Dinamofone ou Telarmônio. A máquina consistia num dínamo elétrico, associados a indutores eletromagnéticos capaz de produzir diferentes frequências sonoras. Estes sinais eram comandados por um teclado e um painel de controlos e difundidos pela linha telefônica, cujos terminais estavam equipados com amplificadores acústicos, colocados em locais públicos.

Veio a verificar-se que a emissão musical interferia com as chamadas telefônicas, o que era insustentável. O instrumento tinha a capacidade de sintetizar sons com os timbres desejados por sobreposição de parciais harmônicos. O sistema que permitia este desempenho tornava a máquina extremamente complexa e de dimensões gigantescas.

O compositor Ferrucio Busoni mostrou interesse pela invenção, potencialmente geradora de novos conceitos harmônicos, não tendo no entanto apoiado diretamente o projeto. Com o final da Primeira Guerra Mundial os primeiros avanços foram no sentido de tornar os equipamentos mais econômicos e compactos.

Uma dessas invenções foi o Thérémin (teremin), desprovido de teclado, munido de dois detectores de movimento que controlavam o volume e a altura do som a partir do movimento livre das mãos do executante. Apesar das contribuições de vários compositores da época, na atualidade, as Ondas Martenot são o único exemplo vivo em obras como ‘Turangalîla’ e ‘Trois Petites Liturgies’ de Olivier Messiaen.

Mais tarde surgiram instrumentos polifônicos como o Givelet e o Hammond Organ, cujos potenciais foram imediatamente reconhecidos e explorados. O Givelet tinha a capacidade de ser programado, o que foi mais tarde largamente ultrapassado pelos sintetizadores e pelos computadores que viriam a surgir cerca de vinte e cinco anos mais tarde.

O movimento Futurista, iniciado pelo poeta Filippo Marinetti rapidamente se expandiu pela Europa na defesa da liberdade da expressão artística, que se revelou na música pela utilização de técnicas de produção sonora não convencionais até então.

Luigi Russolo propôs na década de 10 em The Art of Noises, a composição musical a partir de fontes sonoras do meio ambiente, na busca da variedade infinita dos ruídos. O efeito prático desta proposta foi a construção de instrumentos produtores de ruído como o Intonarumori.

O compositor francês Edgard Varèse foi pioneiro na exploração de novos conceitos de expressão musical. A sua técnica de instrumentação revelava uma roptura com a escola vigente no Conservatório de Paris, quebra essa absolutamente necessária para a aceitação de fontes eletrônicas na composição musical.

O conceito de análise e de “regenese” dos sons foi explorado por Varèse na sua obra instrumental, obrigando-o a utilizar os instrumentos como componentes de massas sonoras de diferentes timbres, densidades e volumes.

As aspirações de Varèse no campo da música eletrônica foram bloqueadas por razões financeiras e pelo deficiente apoio que recebeu. As obras teóricas de Thérémin, inventor do instrumento com o mesmo nome, debruçavam-se sobre os princípios analíticos na música de forma sistemática e científica, antecipando a metodologia da composição de música eletrônica.

Darius Milhaud e Percy Grainger utilizaram a capacidade de gravação e reprodução em vinil para deformar sons gravados através da variação da velocidade de leitura.

Hindemith interessou-se especialmente pela capacidade de reproduzir os sons dos instrumentos acústicos eletronicamente, idéia que Varèse conseguiu contornar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário