quinta-feira, 12 de novembro de 2009

História da Música Eletrônica Pt. 03


No início dos anos 60, Henry fundava o seu próprio estúdio, Xenakis já começava a utilizar os computadores, dois exemplos entre as muitas outras linhas de inovação, chegando assim ao fim o monopólio de Schaeffer.

No curso de Darmstadt do Verão de 1950, os cientistas Robert Beyer e Meyer Eppler apresentaram trabalhos sobre a síntese sonora eletrônica que despertaram o interesse de alguns dos compositores presentes, entre eles Herbert Eimert.

Os três homens formaram uma associação informal que, com o apoio do diretor técnico da Rádio de Colônia, foi pioneira na criação de estúdio de Música Eletrônica na Alemanha. As primeiras experiências musicais apresentadas em Paris, datam de 1952 e revelam a utilização de técnicas de serialismo integral, na seqüência do desenvolvimento pós Segunda Escola de Viena.

Os processos de composição em serie foram o motor do desenvolvimento da síntese eletrônica, com o intuito de poder manipular individualmente cada uma das propriedades dos sons, distanciando-os assim da sua origem primitiva.

A grande questão punha-se: “será que os sons eletrônicos, enquanto fonte universal de material sonoro, podem gerar um sistema estruturado coerente correspondente ao tonalismo?” A resposta estaria num estudo mais aprofundado da síntese sonora, com base nos conhecimentos matemáticos da acústica musical.

Foi consensual que o gerador de sinais era o instrumento mais adequado como fonte do material eletrônico. Produz sons sinusoidais (simples) que sobrepostos formam todos os outros sons.

Outros aparelhos foram utilizados: geradores de ruídos, o Monochord e o Melochord (um instrumento com a capacidade de produzir Klangemodelle, ou seja, sons formados por sobreposição de determinadas frequências). O estúdio foi amplamente divulgado na comunidade musical.

Stockhausen foi um dos compositores que estabeleceu uma longa ligação com o estúdio. Lá, realizou muita das suas obras, entre elas os Studier I e II. Utilizou nesses estudos ferramentas como o cálculo de frequências com base em relações harmônicas, o serialismo de intensidades e durações, o eco e a reverberação, a inversão sonora ou a note mixtur. A técnica da note mixtur baseia-se na sobreposição de sons sinosoidais que não apresentam relações harmônicas com um som fundamental.

Na produção do efeito de reverberação, utilizavam-se inicialmente câmaras de reverberação onde o som era emitido e regravado. Caíram em desuso pelo espaço que ocupavam e foram substituídas por métodos mais simples. Para a modulação dos sons eram utilizados filtros afinados para certos centros de freqüências, que permitiam favorecer ou empobrecer o som num certo campo de harmônicos. Kontakte (1950-1960) é uma das obras mais importantes de Stockhausen, que combina sons eletrônicos com a execução em tempo real de partes para piano e percussão.

A tecnologia erase-record-replay desenvolvida inicialmente para a produção de eco, foi então explorada de outras formas, na criação de Loops, por exemplo. Outra das características importantes na obra é a utilização da espacialização, através da colocação alto-falantes de forma conveniente no espaço de execução. Outros compositores, tais como: Brün, Hambräus, Heiss, Kagel, Koenig, Ligeti e Pousseur contribuíram para a extensa produção do Estúdio de Colônia. Estes criadores de Elektronische Musik, constituíram a face oposta à corrente francesa da musique concrète, complementando-se no desenvolvimento da eletroacústica até meados de 1960.

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